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O gerenciamento de riscos é suficiente para evitar desvios em projetos de TI?

Atualizado: 27 de set. de 2018



Principais Tópicos:

- Projetos

- Riscos

- Gerenciamento de Riscos

- Projetos de TI

- Análises Contratuais

- Desvios de Premissas do PMBOK


O que é um projeto?

Um projeto é, basicamente, a elaboração e execução de um planejamento a partir da definição de um objetivo a ser alcançado. Ou seja, se o meu objetivo é construir uma casa, antes disso eu preciso de um planejamento de como ela será, de sua planta, para depois executar o que foi planejado, isto é, a construção da casa.

De acordo com o PMBOK, uma das publicações estabelecidas como padrão de guia de projetos pelo PMI (Project Management Institute), que por sua vez, é uma associação para profissionais de Gerenciamento de Projetos, projeto é: “um esforço empreendido para criar um produto, serviço ou resultado único” (PMBOK, 2014, p.3).


A fim de cumprir os requisitos e obter um resultado satisfatório, existe o gerenciamento de projetos, que é a prática de conhecimentos, habilidades e técnicas para traçar atividades e atingir as demandas do projeto. O gerenciamento de projetos é dividido em cinco etapas: início, planejamento, execução, monitoramento/controle e encerramento.


Ele é composto, ainda, por dez áreas de conhecimento, sendo que uma delas é o gerenciamento de riscos. Antes de abordarmos do que se trata este setor, é importante entendermos o significado do termo. Risco é: a possibilidade de não obter êxito em algum negócio devido a um evento incerto.


O que significa gerenciar riscos

Desta forma, gerenciar riscos significa identificar e avaliar todas as variáveis, sejam elas negativas ou positivas, que possam afetar o projeto e preparar para responder às mesmas com o objetivo de reduzir ou eliminar os impactos dos riscos.


Processos de gerenciamento de riscos

O PMBOK propõem cinco processos de gerenciamento de riscos: planejamento, identificação, análise quantitativa e qualitativa, planejamento de respostas aos riscos e controle.


5 Processos de gerenciamento de riscos:


1 - Planejar o gerenciamento dos riscos: esta é a primeira fase e podemos dizer que uma das mais importantes em todo o processo, pois é neste momento que será definido como serão as atividades para gerenciar os riscos.


2 - Identificar os riscos: nesta etapa serão pontuados quais as possíveis variáveis que podem afetar o projeto de forma estruturada e organizada.


3 - Realizar análise quantitativa e qualitativa:

· Qualitativa: análise para hierarquizar os riscos a partir da probabilidade de ocorrência de cada.

· Quantitativa: esta avaliação tem por objetivo entender qual o impacto dos riscos no objetivo do projeto. Por exemplo: quanto a mais ele pode custar e quanto tempo a mais pode ser gasto para finalizar o projeto a partir do impacto de um evento incerto.


4 - Planejar as respostas aos riscos: neste momento são estabelecidas ações para minimizar os impactos dos riscos.


5 - Controlar: a última etapa objetiva monitorar constantemente os riscos. Em suma, repetir todo os processos anteriores para maximizar a probabilidade de atingir todos os objetivos do projeto.


Gerenciamento de riscos em projetos de TI


Quais os motivos que geram desvios de custo, prazo e qualidade?

Podemos concluir, portanto, que o gerenciamento de riscos no processo de gerenciamento de projetos é uma etapa de suma importância, pois é através deste procedimento que podemos identificar, prever e agir em prol de atingir os objetivos do projeto e evitar desvios como: custo, prazo e qualidade. No entanto, quando tratamos de projetos de TI e mais especificamente de projetos de implantação de ERP, dificilmente encontramos um projeto que tenha atingido seu objetivo final e que não tenha tido os desvios supracitados durante a sua execução.

Dados do Chaos Report, do The Standish Group, apontam que 70% dos projetos apresentam desvios de prazo, custo e qualidade. Fica, então, a pergunta: Se existe um manual para orientar a execução de projetos, com passos específicos para avaliar os riscos que podem afetá-lo, com o exato objetivo de evitar que o projeto não dê certo, por que o percentual mostra o contrário? Um dos grandes problemas é o contrato estabelecido entre cliente e fornecedor.

Na maioria dos casos, para não dizer em todos, o contrato não é claro em relação a diversos pontos como:

  • se o escopo do projeto será aberto ou fechado;

  • qual das partes arcará com eventuais desvios de custo;

  • entre outros pontos que não esclarecem como se dará a execução do projeto.

Sendo assim, fica claro que somente o processo de gerenciamento de riscos não é suficiente para garantir a conclusão com sucesso de um projeto de TI. É necessário, então, contar com uma auditoria especializada que avalie o contrato e o projeto, eliminando brechas que possam afetar o resultado.

Outro fator que evidencia a necessidade de uma auditoria de contratos quando falamos em projetos de TI, é o fato do cliente normalmente não possuir conhecimento suficiente sobre o objeto que está sendo vendido, o que aumenta as chances do projeto não atingir o resultado esperado, pois, o fornecedor pode omitir detalhes técnicos que somente ele possui, informações relevantes acerca do contrato, bem como formato de negócios que desamparam e deixam sem visibilidade aquele que adquire sistemas, podendo até criar situações em que o cliente necessite desembolsar mais do que o esperado para receber o projeto.

Percebemos, então, a importância em buscar uma assessoria especializada (quem está adquirindo software), para ir além das questões puramente técnicas, relacionando áreas distintas de conhecimento. Tais áreas necessárias à gestão de riscos são: auditoria do contrato, auditoria de projeto e auditoria de negócios (regimes de licenciamentos – métricas de precificação – metodologia de implantação – regimes de escopo), todas elas com o intuito de garantir ao adquirente de software não tenha que arcar com despesas que fugiram do orçamento, lidar com o fato de receber fora do prazo uma aquisição que custou caro ou, ainda, receber, mas não ficar satisfeito porque o projeto não cumpriu com os requesitos de qualidade que fora prometido.

As inúmeras promessas destes fornecedores, muitas vezes sem conhecer e levantar as necessidades do cliente adquirente de sistema são, portanto, um dos maiores fatores de insucesso de projetos de software, pois na maioria dos casos o adquirente compra o que precisa e o fornecedor vende o que tem, ensejando, assim, grandes rupturas e inúmeras dificuldades de alinhamentos entre as partes.

Por fim, cabe demonstrar que mitigar estes riscos é realizar entendimentos pré-venda e não pós-venda como é feito pela grande maioria dos fornecedores de sistemas nacionais e mundiais, relacionando contratualmente sobre responsabilidades e eventuais desvios, evitando, assim, que projetos sejam implantados sem a realização de levantamentos. Caso os fornecedores persistam na errônea ideia de não realizar o levantamento e consequentemente não precificar corretamente, estes que arquem contratualmente com as responsabilidades pelos eventuais desvios de escopo.


Equipe Cruvinel & Ortiz – Assessoria Especializada.

Redação: Verônica Jellifes

Supervisão:

Sr. Sthefano Scalon Cruvinel - CEO - Founder

Sr. Pedro H. M. T. Ortiz - Diretor Unidade Uberândia


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